subsistema
Prevenção e Combate à Incêndios

Definição, importância e como evitar defeitos nas instalações de prevenção e combate ao incêndio

O objetivo principal do sistema é evitar a propagação do foco onde há o princípio de incêndio. Porém, em uma eventual ocorrência, sua função é dificultar a propagação do fogo, minimizando danos ao meio ambiente, ao patrimônio e sobretudo aos usuários, garantindo que através de meios de controle e extinção obtenham condições seguras para abandonar a edificação, bem como permitir o acesso e operação das equipes do Corpo de Bombeiros.

A instalação predial de prevenção e combate a incêndio é um sistema composto por diversos equipamentos definidos em projeto, cujos procedimentos são regulamentados e detalhados nas Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo (ITs); obedecendo à classificação e uso da construção, quantificando equipamentos suficientes e implantando-os em locais adequados.

Para garantir o correto desempenho as instalações devem ser especificadas, executadas e mantidas seguindo as normas técnicas vigentes e aplicados materiais certificados pelo Inmetro, quando houver regulamentação a respeito.

Salienta-se que não basta existir o sistema de prevenção e combate a incêndio, este deve estar em perfeitas condições de operação, o que implica na manutenção e inspeção periódica de seus elementos, ações imprescindíveis à confiabilidade e sucesso quando se faz necessária a operação de combate.

PREVENÇÃO E COMBATE À INCÊNDIO

Situações de risco relacionadas a falhas no subsistema incêndio

Nas inspeções periódicas é possível identificar as falhas mais comuns:

  • Patologias prediais, oferecendo riscos ao patrimônio, por ex. em sistemas adulterados após a instalação, vandalismo, roubo;
  • Defeito ou falta de manutenção no sistema de prevenção e combate a incêndios, gerando falhas ou interrupções em eventual situação de risco, dificultando o controle ou extinção do incêndio;
  • Projeto ou execução inadequados, comprometendo o correto funcionamento dos equipamentos;

Como prevenir:

  • Executar instalações de acordo com as normas técnicas vigentes;
  • Contratar empresas instaladoras capacitadas, idôneas e certificadas;
  • Utilizar mão de obra qualificada e profissionais devidamente credenciados;
  • Instalar sistemas adequados e com a devida certificação compulsória do Inmetro;
  • Programar e realizar inspeções periódicas e manutenção preventiva em todos os sistemas;
  • Qualificar equipe de brigada de emergência e realizar simulações periódicas

Os equipamentos mais importantes relacionados ao combate e prevenção são:

Detectores

Sistemas ou dispositivos individuais com o objetivo de alertar sobre princípios de incêndios através da detecção de fumaça ou calor. Emitem alertas sonoros para evacuação e acionamento de brigadas de incêndio, e exerce papel fundamental para que ações de urgência possam ser efetuadas.

Extintores

Cilindro contendo um agente extintor sob pressão, que varia conforme a classe do incêndio: Classe A – Água, Classe B – Pó químico seco e Classe C – Gás carbônico CO2. Existe ainda o extintor tipo ABC, que atende a todas as classes. Esse equipamento é indicado para conter princípios de incêndio.

Hidrantes e Mangueiras

Terminal hidráulico com registro, mangueira e esguicho, disposto em local estratégico e de fácil acesso na edificação. Existem 5 tipos de mangueiras, com características distintas para atender cada tipo de edificação. A tipo 1 é a indicada para uso residencial.

Sprinklers

Conhecido como chuveiros automáticos, são dispositivos inteligentes projetados para serem acionados a temperatura pré-determinada. São termo sensíveis, por isso, quando ativados pelo calor, disparam água em forma de aspersão sobre o local para controlar ou até mesmo extinguir o foco de incêndio do compartimento atingido.

A SEGURANÇA AMPLIADA

Os sistemas acima apresentados são parte da chamada Proteção Ativa contra Incêndio.

Porém há outros componentes igualmente importantes que contribuem à segurança da edificação, reconhecidos como elementos de Proteção Passiva contra Incêndio, compostos por:

Rotas de Fuga

Composta por portas, corredores, passagens externas, escadas e rampas, a serem percorridas em caso de emergência, de qualquer ponto da edificação, até atingir um espaço aberto. Deve ser um caminho contínuo, sem obstruções, devidamente protegido e sinalizado com placas fotoluminescentes.

Iluminação de Emergência

Através do seu sistema de bateria, mantém a iluminação mínima suficiente, facilitando a saída dos usuários em caso de interrupção da energia elétrica.

Sinalização de Emergência

Placas confeccionadas com fotoluminescência que facilitam direcionamento de pessoas às rotas de fuga e saídas de emergência em situação de incêndio ou emergência.

Porta Corta-Fogo

Produzida com material resistente ao fogo, impede a passagem de fogo e fumaça entre os compartimentos, obedecendo a classificações de resistência ao fogo.

Selagem Corta-Fogo

Sistemas que evitam a passagem de fogo, fumaça e gases quentes pelas instalações hidráulicas de plástico ou PVC, shafts, cabeamentos elétricos e sistemas prediais em geral, conhecidos popularmente como Firestop.

Elementos envidraçados resistentes ao fogo:

Compostos por vidros e caixilhos especiais, são sistemas de compartimentação de ambientes e assim classificados:

  • Para-chamas (Classificação internacional: E)
  • Impedem a passagem de chamas e gases tóxicos sem se romper, pelo tempo que foi homologado.
  • Redutor de radiação (Classificação internacional: EW)
  • Cumpre todos critérios do elemento Para-chamas e adicionalmente, dificulta a ignição de materiais combustíveis e móveis do lado protegido.
  • Corta-fogo (Classificação internacional: EI)
  • Cumpre todos critérios do elemento redutor de radiação e adicionalmente bloqueia a radiação térmica, a ponto de evitar ignição de materiais e móveis muito próximos do lado protegido.

Controle de Materiais de Acabamento e Revestimento

Com o objetivo de reduzir a propagação de chamas e fumaça no início do incêndio, todo revestimento de piso, parede, forro, cobertura e fachadas de uma edificação, deve atender a uma classe de reação ao fogo, definida na Instrução Técnica (IT) do Corpo de Bombeiros.

Segurança das estruturas

Quer seja uma estrutura de concreto armado, metálica ou madeira, estas devem atender critérios construtivos e proteções passivas suficientes para suportar o incêndio sem colapsar um edifício prematuramente, o tempo é definido na Instrução Técnica (IT) do Corpo de Bombeiros.

Paredes de compartimentação

São os elementos de vedação que obedecem a determinada classificação de resistência ao fogo em função do tempo, com o objetivo de impedir a propagação do incêndio, gases quentes e fumaça entre compartimentos.

Escadas enclausuradas:

A configuração das escadas em edificações multipavimentos devem obedecer às regulamentações, a considerar o enclausuramento através de paredes de compartimentação e portas corta-fogo, a fim de permitir a saída segura dos ocupantes e facilitar acesso às equipes de resgate.

As soluções de Proteção Ativa e Passiva são complementares entre si e não excludentes, pois atuam em fases distintas do incêndio, ampliando consideravelmente o nível de segurança da edificação, independentemente de seu uso e ocupação.

Principais componentes

Extintores
Equipamentos de uso manual, que contêm substâncias para o combate inicial aos focos de incêndio. Eles podem ser de.

  • Água pressurizada – Combate incêndios de Classe A (materiais sólidos como madeira, tecidos, papel, plástico etc.)
  • Gás carbônico (CO2) – Combate incêndios de Classes B e C (equipamentos elétricos energizados);
  • Pó químico seco – Combate incêndios de Classes B e C (líquidos e gases inflamáveis e equipamentos elétricos energizados);
  • Pó químico seco A B C – Combate a incêndio de todas as classes de fogo.

Sistema de hidrantes

  • Hidrante – Terminal hidráulico composto de registro, mangueira, esguicho, chave de aperto (Storz) e tampão, disposto em local estratégico e de fácil acesso na edificação. Utiliza água da reserva de incêndio;
  • Hidrante de Recalque – Caixa geralmente localizada na calçada, que contém registro para uso do Corpo de Bombeiros. Permite o reabastecimento de água;
  • Mangueira de incêndio – Equipamento composto por dutos flexíveis, usados para transportar água sob pressão, até o local onde será utilizada. Existem cinco tipos de mangueira. As mais comuns são a do Tipo 1 (residencial) e do Tipo 2 (comercial). Possuem diferentes metragens.
  • Reserva de incêndio – Parte da água armazenada no fundo do reservatório para ser usada apenas no caso de incêndio;
  • Prumada de incêndio – Tubulação que leva a água da reserva de incêndio até os hidrantes e sprinklers;
  • Bomba de incêndio (Bomba Jockey) – Equipamento que bombeia a água da reserva de incêndio até o ponto de utilização, onde a pressão for insuficiente.
  • Sprinklers (Chuveiros automáticos) – Dispositivos inteligentes projetados para serem acionados a partir de uma temperatura pré-determinada. São termo sensíveis, por isso, quando ativados pelo calor, disparam água em forma de aspersão sobre o local para controlar ou até mesmo extinguir o foco de incêndio. São conectados diretamente à tubulação de água de incêndio e instalados no teto dos ambientes;
  • Portas corta-fogo (PCF) – Têm a função de formar uma barreira para evitar a propagação do fogo e da fumaça. Produzida com material resistente ao fogo, impede sua passagem entre os compartimentos;
  • Elementos envidraçados resistentes ao fogo – Vidros e caixilhos especiais, são sistemas de compartimentação de ambientes classificados como:
    Para-chamas (Classificação internacional: E) – Impedem a passagem de chamas e gases tóxicos sem se romper, pelo tempo que foi homologado.
  • Redutor de radiação (Classificação internacional: EW) – Cumpre todos os critérios do elemento para-chamas e ainda dificulta a ignição de materiais combustíveis e móveis do lado protegido.
  • Corta-fogo (Classificação internacional: EI) – Cumpre todos os critérios do elemento redutor de radiação e ainda bloqueia a radiação térmica, a ponto de evitar ignição de materiais e móveis muito próximos do lado protegido.
  • Selagem Corta-Fogo – Sistemas conhecidos popularmente como firestop, que evitam a passagem de fogo e fumaça pelas instalações hidráulicas de plástico, cabeamentos elétricos e sistemas prediais em geral.
  • Detectores de fumaça ou calor – Detectam a existência de fumaça ou de calor no ambiente, fazendo soar o alarme de incêndio;
  • Alarmes de Incêndio – Equipamento sonoro acionado em caso de incêndio. Também pode ser visual.
  • Iluminação de Emergência – Através de um sistema de bateria, mantém uma iluminação suficiente, facilitando a saída dos usuários em caso de interrupção da energia elétrica;
  • Sinalização de Emergência – Placas confeccionadas com fotoluminescência que facilitam o direcionamento de pessoas às rotas de fuga e saídas de emergência em caso de emergência ou incêndio;
  • Rotas de Fuga (Saídas de Emergência) – Corredores, escadas e passagens que levam às saídas para abandono rápido e seguro dos ocupantes da edificação. Deve ser um caminho contínuo, sem obstruções, devidamente protegido e sinalizado;
  • Brigada de Incêndio – Grupo de moradores e funcionários treinados anualmente para prevenir e combater incêndios, além de orientar o abandono da edificação;
Segurança das estruturas

Caso seja uma estrutura de concreto armado, metálica ou de madeira, devem atender critérios construtivos e proteções passivas suficientes para suportar o incêndio sem colapsar um edifício prematuramente. O tempo é definido na Instrução Técnica (IT) do Corpo de Bombeiros.

Controle de materiais de acabamento e revestimento

Para reduzir a propagação de chamas e fumaça no início do incêndio, todo revestimento de piso, parede, forro, cobertura e fachadas de uma edificação deve atender a uma classe de reação ao fogo, definida na Instrução Técnica (IT) do Corpo de Bombeiros.

Como garantir segurança e desempenho

As instalações devem ser projetadas, executadas e mantidas seguindo as normas técnicas vigentes. Também é importante utilizar somente materiais certificados pelo Inmetro, quando houver regulamentação a respeito.

Não basta existir o sistema de prevenção e combate à incêndio nas edificações. Ele deve estar em condições para operação quando solicitado. A manutenção e inspeção periódicas de seus elementos são fundamentais para a confiabilidade e o sucesso da operação.

PREVENÇÃO E COMBATE À INCÊNDIO

Fatores de risco

Falhas ou não funcionamento do sistema em caso de início de incêndio, dificultando o controle ou extinção e aumentando as chances de propagação das chamas, causando prejuízos materiais e colocando em risco a vida das pessoas.

Possíveis causas

Projeto, uso de materiais ou execução inadequados, sem atender aos padrões de segurança e qualidade;

Defeito ou falta de manutenção no sistema de prevenção e combate a incêndio;

Como evitar

Realize as instalações respeitando as normas técnicas vigentes;

Contrate mão de obra qualificada ou empresas instaladoras capacitadas e certificadas;

Utilize materiais adequados e com a devida certificação compulsória do Inmetro;

Realize inspeções periódicas e manutenções preventivas nos sistemas de prevenção e combate à incêndio;

Treine e qualifique periodicamente a equipe de brigada de emergência.

Extintores

É exigido pelo Corpo de Bombeiros a verificação anual dos extintores e mangueiras por uma empresa especializada e credenciada pelo Inmetro e cadastrada na CETESB, no caso do Estado de São Paulo;

Devem estar carregados e sinalizados de acordo com o uso, conter o selo do Inmetro indicando a data de validade da carga e estar instalados em todos os andares da edificação, conforme o projeto aprovado pelo Corpo de Bombeiros;

A instalação do extintor pode ser feita no piso com a utilização de suporte ou afixado na parede, na altura máxima de 1,60m;

Ao retirar os extintores e mangueiras para recarga, garanta a permanência de 50% dos equipamentos em andares alternados;

Os extintores e as mangueiras, retirados para recarga, devem ser relacionados e identificados para garantir que o equipamento enviado seja o mesmo recebido;

Os extintores e mangueiras devem ser recolocados no mesmo local ao retornarem da manutenção.

Hidrantes

Devem estar localizados em abrigos em bom estado de conservação. Devem conter mangueiras apropriadas para uso exclusivo em caso de incêndio, sem redução do comprimento, dobradas em ziguezague ou enroladas, com conexões, esguicho e chave de aperto (chave Storz);

As mangueiras devem ser armazenadas completamente secas, desengatadas e nunca amarradas.

Hidrantes, extintores, porta corta-fogo e saídas de emergência devem estar sinalizados e o acesso não pode estar obstruído;

As portas corta-fogo devem conter o selo da ABNT visível. Devem permanecer fechadas e, quando abertas a 45 graus, devem fechar automaticamente. A manutenção das molas, dobradiças, fechaduras e pintura deve ser efetuada por empresa especializada;

As portas corta-fogo não podem ser trancadas nem mantidas abertas com utilização de calço que impeça a livre abertura e fechamento das mesmas;

O registro de incêndio, localizado no barrilete, deve ser mantido sempre aberto;

É importante manter o AVCB - Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros atualizado, conforme a periodicidade exigida para a edificação. O AVCB atesta, por meio de vistoria do Corpo de Bombeiros, que a edificação possui instalações, equipamentos e treinamento para combater incêndio cumprindo todas as exigências da legislação.